sexta-feira, 27 de novembro de 2009

GUERRA CIVIL??? NÃO ONDE EU VEJA...

Ainda no Hostel, na nossa terceira manhã por aqui, tomamos café da manhã com os outros hóspedes.

As opções de comida eram bem caseiras e o sol que entrava pelas janelas deixavam o clima bucólico naquela sala de paredes pintadas de amarelo.

Nos servimos e nos sentamos, planejando como seria a nossa agenda do dia. Essa noite já passaríamos em Niterói.

A televisão estava ligada, com o som bem baixo, passando um telejornal desses de manhãzinha. A repórter falava de frivolidades, daquelas que eles apresentam sorrindo num tom de informalidade.

De repente cortou para o próximo quadro e não dava pra acreditar no que se passava: era algo do tipo "agora vamos ao vivo para a entrada da comunidade tal, onde o BOPE está em confronto com os traficantes do local..."

O repórter que estava lá falava como se fosse um correspondente de guerra e as cenas que serviam de fundo para a sua narrativa pareciam saídas de um filme. Eu não conseguia acreditar que tudo aquilo estava se passando "ali do lado", sem que ninguém parecesse tomar conhecimento.

A janela que deixava ver a rua em frente estava bem ao lado do aparelho de TV e eu olhava para os dois sem compreender como em um estava passando um tiroteio, enquanto na outra as pessoas iam e vinham felizes, com seus cachorros, jornais e sacolinhas de pão.

A recepção do lugar e a mesa do café da manhã que ficava bem entre ela e a passagem para os quartos, mas parecia uma Torre de Babel, gente de vários lugares do Brasil e de tantos outros países do mundo... todo mundo alheio às imagens transmitidas. Conversamos com umas meninas de Brasília e demos umas dicas de passeios turísticos para elas. Trivial...

A repórter disse que voltariam ao local em caso de novas notícias. Anunciaram o intervalo comercial e, com essa normalidade, começaram os malabarismos da mídia em vender de tudo com as propagandas que variam das mais criativas às mais absurdas.

Comecei a entender... nem tudo o que acontece no Rio, "acontece com todo mundo", muito se acompanha pela TV e nem parece verdade local. "Babilônia" fez sentido!

A discordância de número é o que garante a descrição da realidade: O Rio são muitos.

3 comentários:

She Python disse...

é a incrível adaptação dos seres humanos e das baratas!

Michael Genofre disse...

Novo projeto... nova casa... novas memórias... novo blog... e eu sigo acompanhando esse também. Sucesso na blogosfera!

Beijos!

PS* Adorei a frase: "o Rio são muitos".

Queisse disse...

She
Creio que nada mais me surpreenda... aff

Micha
Pois é, tudo novo!
As saudades dão muitas... mais que os rios! lol